Copom mantém juros básicos da economia em 13,75% ao ano
Essa é a quarta vez em que BC não altera taxa
Essa é a quarta vez em que BC não altera taxa
Por: Sérgio Ferreira
Apesar da alta recente na inflação, o Banco
Central (BC) não mexeu nos juros. Por unanimidade, o Comitê de Política
Monetária (Copom) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em
13,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.
Em comunicado, o Copom indicou que os juros podem ficar altos por mais tempo que o previsto e não descartou a possibilidade de novas elevações caso a inflação não convirja para o centro da meta, como o esperado. O órgão também informou que persegue a convergência da inflação para o centro da meta para meados de 2024.
“O comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período mais prolongado do que no cenário de referência será capaz de assegurar a convergência da inflação. O comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que têm mostrado deterioração em prazos mais longos desde a última reunião”, destacou o texto.
A taxa continua no maior nível desde janeiro
de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a quarta vez
seguida em que o BC não mexe na taxa, que permanece nesse nível desde
agosto. Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes
consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de
alimentos, de energia e de combustíveis.
De março a junho de 2021, o Copom elevou a taxa em 0,75 ponto percentual
em cada encontro. No início de agosto do mesmo ano, o BC passou a
aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o
agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em
1,5 ponto de outubro de 2021 até fevereiro de 2022. No ano passado, o
Copom promoveu dois aumentos de 1 ponto, em março e maio, e dois
aumentos de 0,5 ponto, em junho e agosto.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao
ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa
da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco
Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A
taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de
2021.
A Selic é o principal instrumento do Banco
Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 2022, o indicador fechou em 5,79%.
Desde o fim do ano passado, a inflação vem subindo por causa da alta do
preço dos alimentos e da reversão parcial das desonerações sobre os
combustíveis.
O índice fechou o ano passado acima do teto da meta de inflação. Para
2022, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de
3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA,
portanto, não podia superar 5% nem ficar abaixo de 2% no ano passado.
Para 2023, a meta de inflação está em 3,25%, também com margem de 1,5
ponto percentual, o que garantiria um intervalo entre 1,75% e 4,75%.
No Relatório de Inflação divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que o IPCA fecharia 2023 em 5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista na nova versão do relatório, que será divulgada no fim de março.
As previsões do mercado estão menos otimistas. De acordo com o boletim
Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 5,74%. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 5,31%.
A elevação da taxa Selic ajuda a controlar a
inflação. Isso porque juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a
produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a
recuperação da economia. No último Relatório de Inflação, o Banco Central projetava crescimento de 1% para a economia em 2023.
O mercado projeta crescimento menor. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) neste ano.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência
para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o
Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços,
porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a
produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar
a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços
estão sob controle e não correm risco de subir.
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